SONHO # 1
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. Eu mergulhava no mar e via, por exemplo, pés de bebês que me deixavam muito assustada e com a sensação de que aquilo não estava certo. Aos poucos fui vivendo várias versões e possibilidades, inclusive a de explodir o detonador por baixo d'água, mas todas as hipóteses que eu testava davam um resultado ruim: pessoas sempre morriam. Numa das últimas tentativas consegui atravessar o quebra mar com o detonador e, dentro de um barco super veloz, ia até uma parte bem longe da costa, mergulhava e explodia o detonador muito longe. Quando "voltava" estava numa espécie de planeta novo, com séculos já passados. Todos que eu amava acharam que eu tivesse sumido e eu assistia as homenagens que me fizeram e as vidas que todos seguiram sem mim. E todos tinham sido felizes. Vivos! E eu estava feliz com isso, com a sensação de missão cumprida. Agora, sem saber direito o que fazer neste novo mundo, uma espécie de mentora me explicava que eu tinha ganhado a liberdade e imortalidade. Que nesse novo mundo eu não precisaria "ter" mais nada. Não havia mais coisa alguma do mundo antigo: nem os locks nem minhas coisas. Ela dizia que eu estava livre de tudo: remédios, comida, bebida. Nada mais era necessário".
O CHAMADO
A PANDEMIA NOS QUESTIONA SOBRE A LIBERTINAGEM DO SER HUMANO.
AS CONSEQUÊNCIAS.
O CICLO DA DESTRUIÇÃO PRECISANDO SER INTERROMPIDO.
NA UNIDADE, A ATUALIZAÇÃO DO QUE REALMENTE PRECISAMOS E AO QUE VAMOS QUERER DAR CONTINUIDADE.
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A NARRATIVA DO SONHO
"Chegávamos a uma espécie de acampamento, eu e minha família, na beira do mar. Cada um de nós tinha um "alojamento", uma espécie de dormitório onde devíamos deixar nossos itens de uso pessoal. Eu tinha um lock pequeno e deixava algumas roupas, objetos e remédios. No acampamento tínhamos, todos, que realizar determinadas tarefas em grupo. Eu ficava em um, mas ao longo dos dias percebia que seguiamos ordens sem questionar a razão das tarefas. Era orientação de um "guia" que nos dizia que, sem essas ações, uma bomba seria detonada e nos destruiria a todos. Comecei a passear pelas outras tarefas e, cansada de obedecer e ver todos fazendo a mesma coisa, descobri que tudo era parte de um jogo, uma espécie de "esquema", e a medida que eu ia descobrindo as brechas e falhas comecei a ser "perseguida". As coisas no meu lock iam desaparecendo.
Expressões Artísticas
Artista Silvia Mattos
criando sobre o Sonho #1
Músico: ASHUTOSH